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sábado, 7 de maio de 2011

Volta a Ilha SC - Diário de Bordo I

A vida sem aventura não vale a pena. Após meses de treinamento finalmente tudo conspirava para nossa partida de Brasília rumo a floripa para a realização da nossa tão esperada expedição. A prancha 14´8 exigiu um rack para o seu transporte e após a aquisição do mesmo e de todos os detalhes financeiros pendentes serem resolvidos nos vimos com a prancha e as malas no carro, só havia um detalhe já eram 17h30min minutos e decidimos partir mesmo sabendo do possível engarrafamento que teríamos de enfrentar.

Após dirigir durante 3 horas decidimos nos poupar e dormir num hotel de beira de estrada numa cidade a 50 km de Goiânia acordamos cedo no dia seguinte e nova tocada pela rodovia federal transbasiliana, que cruza os estados de Goiás, minas, são Paulo e Paraná. Chegamos as 14:30 hrs em São Jose do Rio Preto, onde pernoitamos na casa de uma prima que nos abasteceu para a nossa aventura com muito quibe cru(proteína pura) feijão preto e tudo mais que ela pode cozinhar no pequeno período de tempo que passamos ao seu lado.

Saímos no outro dia as 7 da manha e após 500 km de direção do Rafael peguei o volante no interior do Paraná com a consciência que deveria tocar ate floripa. A estrada seria fechada às 17h30min no sentido Curitiba Florianópolis, perto de guaruva , por causa da queda de barreiras, stress total e engarrafamento irritante com caminhoneiros fechando a estrada para carros pequenos após a passagem de Curitiba; Mesmo com o rack original tivemos problemas com o vento e a turbulência causada por cruzar com caminhões . O rack da frente soltou duas vezes, e a tira por dentro do carro garantiu a permanencia da prancha no teto do carro, após esse incidente amarramos uma corda no pára-choque e reforçamos o rack para não perdermos a prancha;

Finalmente chegamos a Floripa às 21h20min junto com o vento sul que bombou forte durante toda a noite. Após pernoitar na casa de amigos acordamos cedo e já pensando em nossas atividades e obrigações. Primeiro um contato com nosso parceiro Marcelo batata que estava remando sozinho esse tempo todo. Depois liguei para meu amigo Renato melo que confirmou o apoio da fecasurf à nossa expedição e decidimos ir até o centro de treinamento do praia mole eco village para formalizar a nossa parceria e encontrar um local para guardar a minha Starboard the point 14´8 que havia interditado a sala e a cozinha da casa do meu amigo que nos hospedava.

e Ao chegar ao hotel da praia mole foi impossível não se lembrar dos anos de trabalho com a associação dos surfistas e amigos da praia mole e dos campeonatos de surf ó circuito ecosurf e outros tantos eventos que realizamos cm parceria com esse maravilhoso hotel. Ao entrar me lembrei do Dr. Augusto criador de toda essa estrutura e de como ele sempre nos apoiou de forma fantástica. No ano de 1999 fiz um treinamento para a equipe catarinense de surf amador e a ultima etapa do brasileiro era em floripa, fui ao encontro do Dr. Augusto e lhe pedi que hospedasse a equipe toda, 25 pessoas, para que pudéssemos ficar concentrados realizar treinamentos na praia antes da competição e ele nos concedeu não só a hospedagem e alimentação como uma noite cozinhou para nós a sua tradicional paella.

Dr. Augusto faleceu, mas seus filhos continuam com o trabalho do hotel dentro da mesma postura de apoio aos esportes e contam hoje em dia com um surf camp muito bem estruturado, o Floripa Surf Club do Roger, com um CT de sup com instrutores formados em educação física e muito bem treinados em ensino de sup pelo nosso parceiro na Expedição Romeu Bruno da Jet Resgate ; Ao chegar no CT fomos muito bem recebidos pelo Roger responsável por todo esse trabalho e decidimos fazer uma remada na lagoa onde rolava um vento de uns 20 nos. Remamos com as prancha Gzero do Pipo, tamanho 10´6 shapeadas pelo Neco Carbone que estão com o Batata. O vento bombava e foi um bom treino, as pranchas são estáveis e tem um ótimo glide, deslizam muito bem. Com o vento sul muito forte remamos ate o final da avenida das rendeiras e depois ate o centrinho da lagoa voltando para a o CT de sup do Praia mole Eco village , deu pra sentir algumas dores e desenferrujar as pernas após essa longa viagem de carro.

O visual da avenida das rendeiras e a água transparente da lagoa me fizeram lembrar de como era Florianopolis em 1986 quando cheguei aqui pela primeira vez e como ela se encontra hoje. A ilha era um lugar mágico com vegetação exuberante e a lagoa era de águas límpidas e transparentes e repletas de camarões rosa, bem diferente de hoje com a vegetação devastada para a construção de casas em todos os lugares imagináveis e a gua da lagoa turva e cheia de algas. Se nada for feito em um curto espaço de tempo a ilha será tomada por prédios e construçoes em mais de 80% de seu território e o esgoto dessas construções são lançados na lagoa e no mar na maioria das vezes causando um impacto ambiental negativo tremendo e a extinçao de varias espécies endêmicas de vegetação de restinga e da flora e fauna local. Se nada for feito esse paraíso corre o risco de so tornar um inferno...Para essa semana aguardem novos treinamentos e algumas atividades de mídia que vão divulgar nosso projeto...

Autor: Marco Antônio Gorayeb

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