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quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

O CONCEITO DE MÍDIA-EDUCAÇÃO EM UMA PROPOSTA PEDAGÓGICA COM O SURF

Giorgia Enae Martins

Bolsista PET- Educação Física/UFSC
Aluna da Graduação em Educação Física – Licenciatura/UFSC

Resumo:
Entendendo o espaço escolar atual, enquanto carente de novas propostas educativas, e ainda levando em conta a influência sobre a sociedade das tecnologias de informação e comunicação, as mídias, este trabalho propõe a utilização do conceito mídiaeducação aliado ao conteúdo do Surf na Educação Física Escolar.

Palavras-chave:
Mídia-educação, Surf, Educação Física Escolar.

A infância e a adolescência têm fundamental importância para o desenvolvimento do ser humano, pois é nestas fases que o sujeito passa pela maioria dos processos orgânicos, psicológicos e sociais. Neste período ela se depara com situações até então nunca vividas, de modificação corporal, amadurecimento psicológico, e principalmente, de posicionamento frente à sociedade, e parte significativa dessas “trans-formações” se dão no ambiente escolar.

A escola representa uma instância da sociedade incumbida de funções educativas, sociais, formativas, entre outras, a serem cumpridas dentro de determinadas regras, diretrizes e combinados, no intuito de garantir o desenvolvimento e a formação humana por meio de vivências e experiências que permeiam o processo ensino-aprendizagem. Para Michels (2006) o ensino sistematizado e a transmissão de valores, são ações educativas compreendidas pela escola de maneira integrada, que por assumir o papel de agente transformador da sociedade, é produto e produtora de relações sociais.


No entanto as propostas de ensino, as concepções pedagógicas e o currículo não são construídos conforme os anseios e os objetivos dos alunos juntamente com o corpo docente comprometido com a educação. A estrutura de ensino escolar atual é determinada por uma realidade política e quantitativa, em busca do aumento de estatísticas, sem o devido cuidado com a qualidade do ensino e com aqueles que vivenciam o espaço escolar. Padilha (2001) propõe uma forma de organização escolar onde o planejamento, não mais, funcione como argumento administrativo e burocrático somente, mas como forma de estabelecer diretrizes norteadoras da educação.


O ensino deve ser socializado por todos os agentes da escola comunicando-se e utilizando diversas formas de comunicação, pois estas interagem e integram os indivíduos que a constroem. Independentemente do meio que se utilizem para transmitir informação e conhecimento, as relações sociais ficam implícitas neste processo. Grande parte destes mecanismos de transmissão de informações encaixa-se na categoria midiática. Na sociedade,
esta é utilizada, em sua maioria, como forma de transmissão de informações em massa, com objetivos condizentes com a lógica mercadológica e individualista vigente nos dias atuais. Na escola, local onde os meios de comunicação poderiam/deveriam ser utilizados de forma re-significada, as mídias são simplesmente consumidas, com pouca ou nenhuma contextualização. Esta relação simplista com os meios de comunicação e acesso a informação reduzem as mídias à somente suas funcionalidades e não como elemento educativo. Para que a escola promova essa articulação, deve buscar alternativas de produção de conhecimento e de socialização, utilizando meios e linguagens inovadoras, com embasamento, interesse e responsabilidade.

A linguagem oral reproduz a construção do pensamento de forma simplificada, e facilmente conturbada por mecanismos de violência, desrespeito e até de submissão. Portanto uma proposta que una categorias midiáticas diversas a conteúdos escolares, incentivada pelo conceito de Mídia-educação, em que o aluno participe desde a organização e construção até o resultado final do ensino, utilizando a mídia como veículo mediador e objeto da prática, caracteriza um ensino complexo, rico e que busca o desenvolvimento do aluno/ser humano de forma integral e atual.


Mais especificamente nas aulas de Educação Física, os conteúdos devem condizer com a realidade da cultura corporal presente naquela comunidade ou localidade, já que as especificidades dos indivíduos diferenciam-se de acordo com as características ambientais em que estes se constituíram. Um ótimo conteúdo para se trabalhar nas aulas de Educação Física em escolas de cidades litorâneas, é o surf, por ser uma realidade presente no dia-a-dia do indivíduo residente em proximidades de praias. Mas o professor deve se perguntar: Como ensinar o surf dentro da escola? Este desafio pode estimular a criatividade do professor, assim como o interesse dos alunos pelo novo, de forma a incitar novas ferramentas metodológicas de ensino que se agreguem a formação humana, e é aí que entra o conceito de Mídia-Educação em uma proposta pedagógica com o conteúdo do surf nas aulas de Educação Física.


“Estamos sendo educados por imagens e sons e muitos outros meios provindos da cultura das mídias, o que torna os audiovisuais um dos protagonistas dos processos culturais e educativos, e a escola precisa redimensionar tais potencialidades”. (Fantin, 2006)



O objetivo desse estudo é buscar no conceito Mídia-educação ferramentas de se trabalhar o surf na escola, de forma a aumentar a bagagem de conteúdos a serem trabalhados nas aulas de Educação Física. Reconhecendo a mídia como elemento presente na atualidade, esse trabalho propõe a utilização e estudo das características midiáticas em meio ao conteúdo do Surf nas aulas de Educação Física na escola.

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Surf e Educação

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